A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo( CCDRA), assinala o Dia Mundial do Ambiente, 5 de junho, preparando o concurso público internacional para a elaboração da Estratégia Regional de Adaptação às Alterações Climáticas (ERAACA).
Este projeto, financiado a 85% pelo POSEUR, foi objeto de uma reprogramação física e financeira, terá um custo de cerca 345 mil euros e a duração prevista de 2 anos.
A necessidade e a importância de definir e elaborar uma estratégia regional de adaptação às alterações climáticas para o Alentejo prende-se com um conjunto de ameaças que se poderão acautelar e oportunidades que se poderão aproveitar se houver um planeamento e gestão adequadas.
Por exemplo, no lado das ameaças:
- O Alentejo é uma das regiões mais afetadas pelas alterações climáticas na Europa devido ao efeito combinado dos aumentos de temperatura e diminuição da precipitação numa região que já se encontra situada numa franja climática próxima do limite da habitabilidade e em processo de desertificação
- A economia do Alentejo é fortemente dependente do sector primário e do turismo, que serão fortemente prejudicados pelas alterações climáticas previstas.
- O Alentejo tem um baixo nível médio de desenvolvimento socioeconómico, o que vulnera a capacidade de adaptação das comunidades locais às alterações do clima.
No lado das oportunidades, é importante salientar:
- O Alentejo reúne as competências académicas e as motivações a nível municipal, intermunicipal e regional necessárias para a adequada planificação e execução de políticas de adaptação às alterações climáticas.
- O Alentejo ocupa um terço da área do País pelo que a estratégia regional terá um impacto significativo a nível nacional podendo constituir-se como exemplo a replicar noutras regiões.
- O Alentejo lidera políticas de mitigação das alterações climáticas a nível nacional—produz 67% da energia fotovoltaica em Portugal—, podendo apresentar-se como região resiliente às alterações climáticas (“climate change proof”) se combinar excelência na mitigação e na adaptação.
A proposta de realização da ERAACA resulta da confluência de esforços e de vontades partilhadas entre instituições do poder central desconcentrado (CCDRA, ICNF, APA, ARSA), poder local (Municípios e Comunidades Intermunicipais do Alto Alentejo, Alentejo Central, Baixo Alentejo e Alentejo Litoral), universidades (Évora), e empresas públicas e privadas do sector primário e secundário.